Neste ano do centenário, uma polêmica envolvendo a herança deixada pelo Padre Cícero foi parar na justiça. Um terreno avaliado em R$ 20 milhões virou alvo de disputa entre a Diocese do Crato e uma imobiliária de Juazeiro do Norte.
Durante uma entrevista coletiva, o advogado da Diocese, Róseo Augusto Jácome, explicou o motivo da igreja querer de volta o terreno que já pertenceu ao Padre Cícero. “ A igreja, assim como qualquer pessoa jurídica ou física, tem o direito de reclama a sua propriedade” declara o advogado.
Uma procuração assinada pelo Padre Francisco Murilo de Sá Barreto deu poderes a um empresário de Juazeiro do Norte para negociar o terreno. Monsenhor Murilo era o pároco da Igreja de Nossa Senhora das Dores. O representante da Diocese afirma que apenas no ano passado, depois da morte do padre, o terreno foi vendido. "Respeitar a memória do Monsenhor Murilo e concomitantemente, por causa disso, o patrimônio formado ao longo dos anos pelo Padre Cícero Romão Batista, legado depois à basílica menor", disse o Diácono Policarpo Rodrigues Filho.
De acordo com o advogado, a venda só podia ter sido feita com autorização do Vaticano, mas o tabelião do cartório que atestou a procuração assinada por Monsenhor Murilo afirma que esse tipo de venda sempre aconteceu. "O padre Murilo sempre comprou, vendeu e doou terrenos em nome da Diocese. Adquiriu vários imóveis em nome da Diocese, então porque somente este está sendo questionado numa área de grande especulação imobiliária", avaliou o tabelião Paulo Machado.
O terreno tem cerca de 750 mil metros quadrados. Fica no bairro São José, em Juazeiro do Norte. De acordo com o advogado da diocese, foi negociado por 200 mil reais, mas hoje é avaliado em R$ 20 milhões. A área parece que vai virar um grande condomínio. Mais de 700 lotes já foram vendidos e algumas casas já foram construídas. Cada lote do terreno está sendo vendido em média por R$ 20 mil.
O empresário Francisco Pereira, dono da imobiliária, afirma que já investiu mais de R$ 2,5 milhões em infraestrutura. Ele afirma que o padre resolveu vender a área porque, segundo ele, tinha medo que fosse invadida. Na justiça a igreja conseguiu uma liminar que barrou qualquer negociação. Agora o advogado da empresa tem até o final do mês para apresentar a defesa.
(Portal Verdes Mares)
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