Juazeiro do Norte. Uma ação anunciada desde o ano passado começa a se cumprir, depois de recomendação e trabalho educativo. A desocupação dos espaços públicos por parte do comércio informal, bares e restaurantes da cidade de Juazeiro, além de outros pontos comerciais, começou na noite desta quinta-feira, na Praça Padre Cícero e áreas próximas e, ontem, na Avenida Castelo Branco.
A ação foi desencadeada pelo Ministério Público, por meio da 2ª Promotoria, com a parceria das Secretarias Municipais de Segurança, Finanças, Meio Ambiente, Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária. Caso não haja cumprimento da ação, o Ministério Público poderá entrar com ação civil pública contra o Município e os comerciantes reincidentes.
A recomendação ocorreu em abril do ano passado, com mais 180 dias para a adequação. Alguns estabelecimentos resolveram cumprir, mas a maioria continuou ocupando os espaços público, o que o promotor José Carlos Félix da Silva considerou um abuso, além do descumprimento do Código de Postura e Lei Orgânica do Município e do Código de Trânsito federal.

A ação do Ministério Público, segundo o promotor, se dá pela inércia da administração não ter cumprido anteriormente a fiscalização para a retirada do comércio nos espaços públicos. A situação, com o crescimento acelerado da cidade, tem se agravado e colocado em risco a própria população.
Apreensão
Na ação realizada no primeiro dia, foram apreendidas mesas, cadeiras e churrasqueiras a carvão e gás, que funcionavam nas calçadas. No Bairro Lagoa Seca, outro ponto onde a situação era considerada crítica, os bares e lanchonetes, além dos trailers, desocuparam os espaços públicos no primeiro período da recomendação.
O prazo foi dado, segundo o promotor, por entender que isso acabou se tornando algo quase cultural na cidade. Muitos comerciantes solicitaram mais uma prazo para se adequar à nova realidade, tendo que reduzir os seus espaços de comercialização. Foram dados mais três meses. O prazo foi encerrado em fevereiro deste ano.
Além da distribuição de panfletos educativos, foi realizada audiência pública na cidade. Spots com mensagens educativas foram veiculadas na rádios e em carros de som. Nesta fase coercitiva, exigimos do Estado e do Município o apoio necessário para realizar a retirada. “Vamos continuar não só agora, mas em outros momentos, para coibir os excessos. Mesmo sabendo que não vamos acabar com esses abusos”, diz o promotor.
Em muitos casos, os comerciantes saem dos espaços das calçadas, invadindo as ruas, até a calçada do outro lado da rua. “Pessoas até se organizaram, e, dentro dos seis meses, como não houve fiscalização, voltaram e até alugaram estabelecimentos vizinhos para ampliar esses espaços de ocupação irregular”, afirma. Esse trabalho vale para todos os comerciantes que estão ocupando indevidamente os espaços públicos da cidade. A própria Prefeitura vai notificar as pessoas e, em seguida, caso não seja cumprida a adequação, haverá a punição dos reincidentes, com multas que podem ir de R$ 300 a R$ 20 mil. Todos os que tiveram as cadeiras e mesas retiradas dos espaços públicos, além das churrasqueiras, foram autuados e irão pagar multa. Segundo o promotor, vários fatores elevam o valor da multa.
“Nós queremos é fazer uma conscientização, e se não for possível, vamos entrar com uma ação civil pública, contra a o Município e aqueles comerciantes reincidentes”, destaca. O trabalho está sendo registrado com fotografias e os nomes de todos os proprietários dos estabelecimentos. A ação para os reincidentes poderá resultar até em cassação de alvarás de funcionamento desses pontos comerciais.
Fonte: DN
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