O ministro da Educação, Fernando Haddad, classificou nesta terça-feira (31) de uma “postura de viés fascista” as críticas de diferentes setores da sociedade a um livro didático distribuído pelo governo nas escolas, que permitiria erros de concordância.
Haddad defendia, durante reunião da Comissão de Educação do Senado, a decisão do Ministério da Educação (MEC) de distribuir a 484.195 alunos de 4.236 escolas o livro "Por uma Vida Melhor" pelo Programa Nacional do Livro Didático para a Educação de Jovens e Adultos (PNLD-EJA). Nele, os autores afirmam que o uso da língua popular - ainda que com seus erros gramaticais - é válido, permitindo frases como "nós pega o peixe" ou "os menino pega o peixe". Para o ministro da Educação, a maioria dos críticos sequer havia lido a obra.
Foi depois de ser provocado pelo líder do PSDB, Alvaro Dias (PR), que Haddad fez um paralelo entre Hitler e Stalin para afirmar que a diferença entre os dois ditadores estaria na postura de Stalin com os livros.
“Estamos vivendo um período de involução, uma situação stalinista e agora adotando uma postura mais de viés fascista que é criticar um livro sem ler. A diferença entre Hitler e Stalin é que Stalin lia os livros antes de fuzilar os inimigos”, afirmou Haddad.
'Injustiça crassa'
Haddad classificou ainda de “injustiça crassa” as críticas realizadas por diferentes setores da sociedade sobre a obra. "Acompanhei com muita atenção o debate em torno dessa questão na imprensa, saúdo o debate que foi feito, mas confesso que me assustei um pouco no início da discussão. E me assustei por uma razão muito simples: a maioria das pessoas que se manifestaram inicialmente declararam, posteriormente, que não haviam lido o livro objeto da polêmica”, afirmou Haddad.
Haddad classificou ainda de “injustiça crassa” as críticas realizadas por diferentes setores da sociedade sobre a obra. "Acompanhei com muita atenção o debate em torno dessa questão na imprensa, saúdo o debate que foi feito, mas confesso que me assustei um pouco no início da discussão. E me assustei por uma razão muito simples: a maioria das pessoas que se manifestaram inicialmente declararam, posteriormente, que não haviam lido o livro objeto da polêmica”, afirmou Haddad.
Para Haddad, o livro “não faz o que os críticos dizem que ele faz [acolhe erros de concordância]”. “O livro parte de uma realidade comum aos adultos que voltam à escola e traz o adulto para a norma culta por meio de exercícios que pede ao estudante que faça a tradução da linguagem popular para a norma culta.”
G1
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