Uma auditoria do Ministério da Saúde para verificar a disponibilidade e o funcionamento de 40 mamógrafos no Ceará, chegou a uma triste conclusão que responde o porquê das enormes filas para exames no estado.
De acordo com o relatório, a quantidade de equipamentos no Ceará já seria suficiente para atender a demanda da população, caso os mesmos fossem melhor distribuídos. Problemas referentes à falta de profissionais de radiologia para manusear o equipamento, despreparo dos médicos no encaminhamento e orientação das mulheres sobre a importância da realização do exame, foram alguns dos fatores constatados.
Para a superintendente da Escola de Saúde Pública, Ivana Cristina Barreto, o problema hoje não é mais tecnológico, e o que precisa é uma maior qualificação na atenção básica, como forma de dar uma maior resolutividade em todos os âmbitos, garantindo assim o bom atendimento na atenção secundária e terciária.
O presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Regional Ceará, Antônio de Pádua, diz que hoje, além de possibilitar o acesso facilitado às mamografias e a realização de biópsias, o governo precisa melhorar a rede como um todo. "Descentralizar equipamentos na região metropolitana é o primeiro passo, pois hoje uma mulher pode levar até um ano e seis meses para ter o diagnóstico".
O MS concluiu na vistoria em 1.514 aparelhos mamógrafos mantidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e distribuídos em 1.399 estabelecimentos de todo o País, na última sexta-feira, 17. No Ceará, dos 40 equipamentos, 34 estão em funcionamento, dois estão sem produção, três com defeito e um ainda encontra-se na embalagem.
A ação, coordenada pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), foi um dos desdobramentos do Plano Nacional de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Colo de Útero e de Mama, lançado em 22 de março pela presidente Dilma Rousseff.
O Brasil tem quase o dobro de aparelhos necessários para atender à população. A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza um aparelho para cada 240 mil habitantes. No País, a distribuição não é homogênea. O Sudeste detém 44% do total.
(Com informações do Portal Verdes Mares)
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