Presidente de uma Organização Não Governamental (ONG) que combate a corrupção no País, vem sofrendo ameaças depois que denunciou um esquema de desvio de verbas na Prefeitura de Antonina do Norte, no Ceará. Ele também denuncia falhas no sistema de proteção oferecida pelo governo.
Francisco Fernandes da Silva sabe que é um homem marcado para morrer. Depois de denunciar um esquema de desvio de verbas na prefeitura de Antonina do Norte, interior do Ceará, Francisco diz que começou a receber ameaças, se viu obrigado a mudar de cidade e agora sofre as consequencias.
Sem Proteção
Ele é o único cearense inscrito no Programa Nacional de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos, mas diz que na prática isso não é nenhuma garantia. “Não recebi apoio nenhum, só três parcelas de seiscentos reais, cada. Eu não pagava aluguel, gastava pouco com alimentação e sobrevivia com minha aposentadoria. Fui aposentado por invalidez. Agora tenho que pagar isso tudo e não tenho condições de me manter”, afirma.
Exilado
Hoje Francisco vive escondido, com a ajuda de poucos amigos, afastado da própria família. “Eu costumo dizer que vivo exilado em meu próprio país. Quando você denuncia corrupção, você está mexendo com uma quadrilha, não é com gente do bem”, diz o militante.
Sem Desistir
E mesmo com todas as dificuldade, o cearense garante que continua trabalhando contra a corrupção no interior do Ceará. “Eu faria tudo de novo e não vou parar. Assim como você não aceita e tenta impedir que entrem na sua casa para roubar o que é seu, a mesma coisa é com o dinheiro público porque ele é meu, sai do meu bolso, do seu bolso. Dinheiro público é o nosso dinheiro”, defende.
(Reportagem do blog PolitiKa - Jornalista Kézia Diniz)
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