Representantes de policiais militares e bombeiros e do governo do estado do Ceará se reúnem nesta sexta-feira (3), 30 dias após o fim da paralisação da categoria, para definirem os últimos pontos da mensagem a ser encaminhada na próxima semana para a Assembleia Legislativa. A maior preocupação dos PMs, no entanto, é a anistia para aqueles que participaram do movimento, segundo Pedro Queiroz, presidente da Associação dos Cabos e Soldados Militares do Ceará (ACSMCE).
De acordo com o secretário de planejamento e gestão do estado, Eduardo Diogo, o governo só pode dar anistia "exclusivamente" na área administrativa. "Com relação à parte criminal, o Poder Executivo não tem competência para deliberar sobre o assunto", afirmou Diogo.
O presidente da ACSMCE disse que os inquéritos policiais militares foram instaurados e ele deve comparecer nesta sexta-feira (2) pela manhã para prestar depoimento no Colégio da Polícia Militar, na Avenida Mister Hull, em Fortaleza. "Francamente, a gente achava que o estado iria evitar de alguma forma a instauração de inquérito", lamenta.
Eduardo Diogo afirma que o compromisso do Governo do estado era não instaurar nenhum procedimento administrativo nem concluir os que já haviam sido iniciados em relação aos participantes da paralisação dos policiais e bombeiros. Além da mensagem que será encaminhada sobre a remuneração da categoria, o secretário informou que vai ser encaminhada uma mensagemque extingue esses processos abertos a partir de novembro.
Procuradoria Geral
O representante dos policiais afirmou que entrou em contato com a procuradora geral do estado, Socorro França, que participou das negociações, mas ela já havia repassados o cargo a Alfredo Ricardo de Holanda Cavalcante Machado. "Ele (procurador geral) lamentou profundamente, mas disse que era obrigado a fazer a denúncia sob pena de ser punido pelo conselho nacional por prevaricação", relatou.
Agora, os policiais querem apelar para o amparo político. Pedro Queiroz explicou que eles buscam apoio para a aprovação até o fim das investigações de uma lei federal anistiando os militares por terem participado do movimento, uma vez que o estatuto militar não permite a realização de greves e paralisações. "O que causou espanto é que o promotor militar pediu à polícia para instaurar inquérito somente três dias depois que voltamos", critica.
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