Produtores rurais cearenses reunidos, ontem, na Federação da Agricultura do Estado do Ceará (Faec) lançaram manifesto contra a situação crítica instalada no Ceará, ocasionada pela seca. Eles protestaram também em razão do desabastecimento de milho que afeta todo o Estado.
O manifesto assinado pelos 17 presidentes de sindicatos rurais que representam alguns municípios cearenses denunciam a situação calamitosa pela qual passa a agropecuária no Ceará. Segundo relato, com a seca deixou-se de produzir mais de 90% da safra de milho. Com isso, o Estado passou a depender da oferta do produto para manter os rebanhos, comercializado através da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Ausência
Outro ponto do documento refere-se ao desabastecimento dos postos de venda, movido pelo sistema de cotas homeopáticas implantadas pelo Ministério da Agricultura/Conab. Conforme o manifesto, essa postura demonstra a ausência de prioridade, por parte da União, às atividades econômicas dos produtores atingidos pela seca.
O manifesto também considera como descaso o fato de o Governo Federal não ter adotado posição com relação à transferência de estoques de milho em decorrência da impossibilidade de transporte. O documento revela que as regiões Norte e Nordeste já representam mais de 50% da produção de milho e de soja do País, mas, não há armazém de porte nas regiões produtoras da Bahia, Piauí e Maranhão, que podiam melhorar o abastecimento. O protesto é finalizado na forma de apelo ao Ministério Público Federal, como última instância para a adoção de medidas coercitivas que objetivem minimizar essa problemática. “Esse documento exprime a nossa revolta com a União, que não reconhece o NE como polo produtor”, disse Flávio Saboya, presidente da Faec. (Fonte: Diário do Nordeste)
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