Cerca de seis mil pessoas participaram ontem, em Senador Pompeu, da Caminhada da Seca, que este ano chega a sua terceira década. O ritual em homenagem às vítimas da seca de 1932, foi guiado pelo pároco João Melo dos Reis, partindo da igreja matriz de Nossa Senhora das Dores até o cemitério da barragem, local onde estão sepultados os flagelados mortos no campo de concentração do açude Patu.
Este ano o movimento teve como tema "Caminhada ao campo-santo do sertão, por cidadania e vida digna no semiárido". Através da temática, organizadores querem chamar a atenção para a questão da convivência com o semiárido, e as secas que assolam o sertão, sem que se consiga ir além do estado de penúria que as caracteriza.
A celebração eucarística foi presidida pelo bispo da Diocese de Iguatu, dom João José Costa, além do atual pároco de Senador Pompeu, e os padres Roberto Costa e João Paulo Giovanizzi, autor da obra literária "Migalhas do Sertão", cujo conteúdo serviu de base para várias pesquisas sobre o campo de concentração e as vítimas do flagelo da seca de 1932 no município de Senador Pompeu.
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O evento teve início no ano de 1982, idealizada pelo padre Italiano Albino Donatti, em memória aos flagelados que morreram no campo de concentração da seca de 1932. Motivados pela fé e pela devoção espontânea, a caminhada acontece sempre no segundo domingo de novembro, com destino ao cemitério da Barragem do Patu, o Campo Santo do Sertão, onde é celebrada uma missa.