Cardeais participam da última missa antes do conclave



ROMA - Em seu último compromisso público antes do início, na tarde desta terça-feira, do conclave que escolherá o sucessor do Papa Bento XVI, os cardeais participaram pela manhã de uma missa solene na basílica de São Pedro. A cerimônia, chamada “Pro Eligendo Romano Pontifice” (em latim, “para a eleição do Pontífice Romano”), foi celebrada pelo decano dos cardeais, Angelo Sodano, que, por ter mais de 80 anos, não participará do processo de escolha do novo Pontífice.

 A cerimônia foi aberta ao público, que aguardou em longas filas à espera de um lugar na basílica, construída em 1506. Além das pessoas que lotavam o templo, fieis assistiram à missa por meio de telões na Praça São Pedro, em frente à igreja, a despeito da chuva fina que cai sobre Roma desde o início da manhã.

Na homilia, Sodano, antigo secretário de Estado do Vaticano, agradeceu a Cristo pelo “luminoso pontificado” “com a vida e a obra do venerado Pontífice Bento XVI”, a quem manifestou profunda gratidão. A multidão no templo aplaudiu demoradamente a menção ao Papa, que renunciou no dia 11 do mês passado.

- Ao mesmo tempo, pedimos ao Senhor que, por meio dos cardeais, nos conceda outro Bom Pastor para sua igreja - disse o decano.

Segundo analistas, a fala de Sodano enfatizou a continuidade, citando os Papas Paulo VI, João Paulo II e o próprio Bento XVI. O cardeal pediu que o futuro Pontífice continue o trabalho de seus antecessores em defesa “da paz, da justiça e da ordem” mundiais. Outro tema ressaltado por Sodano foi a necessidade de unidade dentro da Igreja:

- São Paulo nos ensinou que cada um de nós deve trabalhar para construir a unidade da Igreja.

Ele deu também particular ênfase ao amor, remetendo à última ceia, na qual Jesus disse aos discípulos “tomai e comei, este é o meu corpo”.

- O sacrifício de Jesus nos lembra que o grande mandamento da Igreja é o amor. Esse é o comportamento fundamental de todo pastor, oferecer a vida pelos outros. Isso se aplica especialmente ao sucessor de Pedro (o Papa). Quanto mais alto o oficio pastoral, maior deve ser o amor.

(O GLOBO)



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