Assembléia de médicos do Ceará é marcada por discursos inflamados

Discursos exaltados marcaram a assembleia presidida pelo Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec) na noite de ontem. Convocada para debater os rumos da oposição à forma como é implantado o programa federal “Mais Médicos”, diversos profissionais proferiram falas contra a gestão federal petista e expuseram estratégias para revidar à imagem de xenófobos e e preconceituosos que ficou difundida a partir do tratamento dispensado aos médicos estrangeiros, no Ceará, na segunda-feira. A reportagem é do jornal O Povo.

A possibilidade de paralisação dos médicos foi defendida por alguns. O presidente do Simec, José Maria Pontes, diz ser contra a greve, neste momento, mas ponderou que a decisão depende de votação entre os membros da categoria. Opinião compartilhada pelo Conselho Regional de Medicina do Ceará (Cremec). Pontes reiterou, mais uma vez, a negação de retratação perante os médicos cubanos por entender “que não houve agressões” aos profissionais recém-chegados. “Divulgaram uma imagem distorcida do que, de fato, aconteceu”.

Os vetos da presidente Dilma Rousseff (PT) à Lei do Ato Médico, mantidos pelo Congresso Nacional, iniciaram as falas na reunião. Pronunciamentos acalorados sobre o “Mais Médicos” se seguiram diante de plateia de cerca de 300 profissionais.

“Trabalho escravo aqui, não. O PT (Partido dos Trabalhadores) culpa a categoria, está contra nós. Temos que tirá-lo do poder”, enfatizou o cardiologista Pedro Negreiros. “É preciso que fique claro à população que não somos contra a chegada dos médicos estrangeiros, mas a favor dos direitos trabalhistas. Essa é a nossa luta. O Governo quer passar a ideia de que eles são heróis e nós, mercenários, que só pensam em dinheiro. Querem nos culpar pelos caos da saúde pública e não vamos aceitar isso”, destacou a infectologista Mariana Férrer. “Não é possível que as leis que regem nossa profissão sejam rasgadas por esse governo. Somos a favor do Revalida, em defesa da boa medicina e da população”, acrescentou o médico professor da Universidade Federal do Ceará Jorge Magalhães, aplaudido de pé.



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