Estudo divulgado nesta quarta-feira (24) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), revela que a cada 100 mil mulheres no Ceará, aproximadamente 5 são assassinadas em crimes decorrentes, principalmente, de conflitos de gênero. Os dados fazem parte do balanço de mortes registradas entre 2009 e 2011.
Segundo a coordenadora do Núcleo de Gênero Pró-Mulher, do Ministério Público do Estado do Ceará, Maria Magnólia Barbosa da Silva, a persistência de uma cultura em que coloca a mulher num segundo plano abaixo da posição masculina reflete nessas altas taxas de homicídios registradas no Ceará e em todo o País.
Apesar da taxa no Ceará não estar entre as mais elevadas, a procuradora considera que os casos de femicídio mulheres ainda são muito altos. “Ainda enfrentamos o problema por uma questão de cultura. Se sou mulher, fui acostumada, quando criança, a brincar de comidinha. Já o homem, a brincadeira é com carrinho. E assim, a mulher vai sempre sendo colocada num papel menor dentro da sociedade”, disse.
A coordenadora revelou que um balanço feito pelo Núcleo já registrou, no Ceará, 148 homicídios de mulheres somente até julho. Ela avalia que ainda falta mais empenho na busca de políticas públicas para combater o problema.
"É preciso fazer mais campanha. Os processos da Lei Maria da Penha também precisam ser julgados com mais rapidez. As mulheres precisam receber um melhor atendimento nas delegacias. Enfim, precisa haver mais empenho", pontuou Magnólia da Silva
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