O governo federal resolveu mudar o discurso em relação à Copa depois que pesquisas internas, realizadas entre junho e agosto do ano passado, apontaram que a população via com ceticismo o “legado” do evento e enxergava as obras como uma “maquiagem” para garantir o sucesso do Mundial.
O cruzamento entre as constatações das pesquisas e o comportamento do governo nos meses seguintes mostra claramente a adoção de medidas e novos hábitos de comunicação em razão do resultado das sondagens. A mensagem oficial do Mundial mudou, e entrou em cena o ufanismo e orgulho de o país do “futebol” sediar uma copa do mundo. Também saiu de cena o bordão “Pátria de Chuteiras”, inicialmente adotado, para dar lugar ao “Copa das Copas”, usado pela primeira vez por Dilma, em dezembro, durante o sorteio da Copa, e também em sua conta no microblog Twitter.
Sondagens
A pesquisa detectou uma percepção mista sobre o Mundial: um formado pelo sentimento de orgulho, união e nacionalismo e outro, negativo, formado pelo temor com a falta de segurança pública e obras atrasadas. No levantamento, nota-se pessimismo nas classes C e D, sobretudo em São Paulo.
Esse é um dos levantamentos mais completos feitos após os protestos, com custo não divulgado. Os resultados, coletados e aferidos pelos institutos Análise e Ibope, estão em 428 páginas sobre o perfil das manifestações, a relação delas com a Copa e índices de aprovação e rejeição.
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