Juiz Ricardo Alexandre da Silva participou da audiência (Foto: Luiz Vasconcelos) |
O plenário da Câmara Municipal de Iguatu recebeu na tarde da última terça, 25, uma Audiência Pública que discutiu o tema "Diga não as Drogas e a Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes". O debate, mediado pelo presidente da Câmara, Bandeira Júnior, atendeu a uma solicitação do vereador e líder do governo municipal na Câmara, Rubenildo Cadeira (PRB).
No início do debate, Rubenildo Cadeira salientou a importância do encontro, destacando que um dos principais objetivos era enfatizar o tema para que toda a sociedade participe da corrente contra a exploração sexual e violência contra as crianças e adolescentes. ”O combate às drogas não é só a divulgação na mídia, mas são ações mais contundentes que cheguem à casa do cidadão, principalmente daquelas pessoas mais vulneráveis. Segundo o parlamentar, a falha nas leis e a impunidade tem proporcionado o aumento da violência infantil no país. "Se não houver ações que punam as pessoas que usufruem das leis do país para cometer esses crimes, de nada vai adiantar nossa conversa", ressaltou o vereador.
A secretária de Assistência Social do Município, Izaura Gomes, enfatizou a importância do momento, e fez um breve relato das ações a serem executadas pela Prefeitura Municipal, em parceria com o CMDCA e Conselho Tutelar, durante todo o período de Carnaval. "O poder público municipal está atento aos problemas que afetam as nossas crianças. E esta campanha vem justamente chamar a atenção da sociedade iguatuense, para que juntos possamos combater esse mal que angustia a todos nós", ressaltou Izaura Gomes.
O promotor de justiça Francisco das Chagas observou que a falta de uma política específica a nível nacional para combater o problema da violência contra crianças e adolescentes, tem gerado graves consequências de âmbito familiar e social no país. "A gente vive no dia a dia combatendo as consequências, que são os problemas que surgem em decorrência dessa violência e desse abuso contra criança e adolescente. Mas as causas principais, essas são mais profundas e difíceis de resolver". Ele alerta que não basta falar sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes, mas é preciso que as autoridades deixem seus gabinetes para atuar diretamente onde ocorrem os crimes. "A violência psíquica sofrida por uma criança ocasionará reflexos negativos para toda a sua existência", ressaltou.
Durante a discussão, o juiz Ricardo Alexandre da Silva, que atende no Juizado Especial da Comarca de Iguatu, alertou para a falência do sistema familiar do país, que em muitas situações cria condições para que o jovem possa enveredar pelo caminho da droga e da prostituição. Ele ainda avaliou que sem uma educação de qualidade, capaz de atrair os jovens para o ambiente da escola em tempo integral, dificilmente os problemas serão amenizados. "Se a nossa criança e adolescente está envolvida com o ambiente escolar, ela não está com tempo ocioso para ser subjugada pelos traficantes, pelos pedófilos. Porque quando ela chegar em casa no final da tarde, depois de 10 ou 12 horas de estudos, ela está cansada e vai dormir", destacou.
Estiveram presentes ao debate os promotores de justiça Aureliano Rebouças e Francisco das Chagas; os juízes Josué de Souza Lima e Ricardo Alexandre da Silva; o presidente da Câmara, Antônio Bandeira Júnior: a presidente do CMDCA, Rejania Lima; a secretária de Assistência Social, Izaura Gomes; a secretária de Educação, Benildes Uchoa; o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Iguatu, José Roberto Duarte; o secretário de Trânsito e Cidadania do município, Cel. Gomes Filho; representantes da Polícia Militar, Conselho Tutelar, vereadores e demais autoridades.