Prefeitos cearenses iniciam cortes de gastos com custeio e pessoal

Prefeitos dos municípios cearenses, assustados com o aumento no custeio da máquina pública, se preparam para reduzir gastos. Cortes no número de servidores comissionados é a medida mais adotada pelos prefeitos cearenses para alcançar redução na folha de pagamento. 

Em Juazeiro do Norte, no Cariri, o prefeito Raimundo Macedo (PMDB) já exonerou todos os cargos comissionados, e espera reduzir os gastos em 20% ou 30% na folha de pagamento do município. “Aumentou o piso dos professores e o piso de agentes de saúde e endemias, mas o repasse federal diminuiu. Assim não tem como sustentar nada”, disse.

Em Iguatu, o prefeito Aderilo Alcântara (PRB) também está seguindo a cartilha, e exonerou cerca de 90% dos cargos comissionados. “Se não cortar, não consegue pagar a folha. A situação é bem mais grave do que se pensa. Porque todo dia agora tem aumento de combustível, o que na administração tem impacto violento”, disse.

No município de Sobral, na zona norte do Estado, o prefeito Veveu Arruda (PT) promete cortes de 20% no custeio da máquina. “Não é uma escolha, mas sim decorre da situação. A ideia era crescer, mas isso é um imperativo das circunstâncias atuais. Então vamos cortar despesas de água, energia, telefone, combustível, e focar os recursos para ações estratégicas”, afirma.

O prefeito de Piquet Carneiro e vice-presidente da Associação dos Prefeitos do Ceará (Aprece), Expedito do Nascimento, disse que a situação é geral, diante da desconfiança dos gestores com o rumo da economia do País. “No momento em que corta lá em cima, mesmo com discurso de só custeio, vai acabar repercutindo na base. Já estamos na expectativa, fazendo planos com muita atenção”, diz. 

Ele aponta queda de até 28% no repasse federal do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) em janeiro. Para maio, a Aprece promete organizar marcha de prefeitos em Brasília, pedindo maiores repasses do FPM.



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