Moradores de Iguatu temem falta d'água com maior vazão do açude Trussu


O açude Trussu, principal reservatório que abastece a cidade de Iguatu, Acopiara e a cidade de Quixelô, está com 39,5% de água armazenada. O volume é considerado satisfatório pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). No entanto a mudança na vazão de água liberada pelo reservatório para irrigação, passando de 560 para 800 litros por segundo, dividiu opiniões.

A mudança na cota foi anunciada durante reunião realizada pela Cogerh, com a participação do Comitê da Sub-bacia Hidrográfica do Alto Jaguaribe, sociedade civil e produtores rurais.

De acordo com a Cogerh, a mudança não significa que todo volume seja liberado, e vai depender da necessidade. A companhia garante que não haverá prejuízo para o abastecimento humano. "Foram feitas simulações com garantia de água para todas as cidades que dependem de água do reservatório de Iguatu até o ano de 2018", disse o gerente regional da Cogerh, Lauro Filho.

Mas as previsões para níveis de chuvas abaixo da média em 2016, pelo 5º ano consecutivo, preocupam. "Talvez não tenha nem inverno e a gente tem que precaver antes de acontecer, porque nenhum ser humano consegue viver sem água", disse o diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iguatu, Sebastião Alves.

Para o presidente do Instituto Rio Jaguaribe, Paulo Maciel, o aumento beneficia apenas grandes produtores, e não leva em conta o quadro hídrico do Estado. "A consciência tem que pesar mais alto, acima dos interesses particulares de grupos, de empresas ou de pessoas, prevalecendo o interesse humano e a questão ambiental", disse.

O presidente da Unidade Pecuária Iguatuense (Upeci), Amaury Carneiro, votou pelo aumento da liberação de água. Segundo ele, o aumento da vazão é uma segurança em caso de emergência. "Se você tem uma margem de sobra, então é essa cota que você vai utilizar. Mas se você determinou que é só 600, amanhã você não poder aumentar", disse.


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