Absoluta carência de mão de obra - especializada ou simples - no mercado de trabalho vem preocupando o empresariado cearense do ramo da construção civil.
De acordo com o sócio da Construtora Colmeia, uma das gigantes da construção civil cearense, Otacílio Valente, o setor está passando pelo pior momento em termos de mão de obra.
Ele observa que não há novos operários para o trabalho e o grande problema é concorrer com quem só quer trabalhar avulso para não perder os benefícios sociais.
Ele até observa que seria melhor o governo liberar os benefícios sociaispara quem tem carteira assinada, pois pelo menos haveria mais chances de concorrer com pequenos empreiteiros que constroem casas em loteamentos e não precisam de formalização.
Carlos Maia, sócio e diretor da Termaco e da Tecer, empresas cearenses com atuação nacional nos setores de logística de transporte e de operações portuárias, cujos sofisticados e caros equipamentos e máquinas exigem profissionais qualificados, é outro que reclama da carência de mão de obra.
“Já sentimos este impacto em nossas empresas. Está dificílimo contratar para o nível mais operacional”, disse. Na operação portuária e na logística do transporte, o salário médio gira em torno de R$ 4 mil, acrescido das obrigações da legislação trabalhista.
Segundo dados do Caged, o número de trabalhadores formais com idade variando de 25 a 59 anos vem, perigosamente, reduzindo-se no Brasil. No Ceará, dados do último mês de maio, 33,94% dos trabalhadores têm emprego formal; na Paraíba, 30,92%; no Piauí, 29,8%; em São Paulo, esse percentual é de 54,46%; em Minas Gerais, 43,56%.
Como se vê, na região Nordeste está na informalidade a maioria dos que podem trabalhar. Resultado: a Previdência Social, com orçamento já deficitário, caminha em velocidade supersônica para o caos da falência.