UTI neonatal - Falta de leitos causa morte de bebês


Iguatu. No Centro-Sul, os recém-nascidos que necessitam de atendimento especializado nos casos graves precisam ser transferidos com urgência para Fortaleza. A falta de leitos em Unidades de Tratamento Intensivos (UTIs) neonatais agravam a situação. Ocorrem mortes na fila de espera ou mesmo no decorrer da viagem. "A situação dos bebês que necessitam de assistência especializada, em casos de emergência, é grave", diz o secretário de Saúde de Iguatu, Joab Soares. "Não há leitos disponíveis nas UTIs".

Esta cidade é a única da região Centro-Sul que dispõe de um berçário de médio risco. Os casos graves são encaminhados para os Hospitais Albert Sabin, César Cals e Maternidade-Escola Assis Chateaubriand, em Fortaleza, mas sempre falta leito. "Todas as vezes que pedimos vagas por meio da Central de Regulação da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), não conseguimos. Isso nos obriga a encaminhar o recém-nascido pela emergência", observa Soares.

A falta de leitos em UTIs neonatais aumenta o risco de morte dos recém-nascidos. "Enquanto aguardamos assistência, há perda de bebês", observa Soares. "Infelizmente a demanda é sempre maior do que a oferta de leitos". A falta de médicos especializados em Neonatologia agrava ainda mais a situação no Interior. Segundo dados do Hospital Regional de Iguatu (HRI), são transferidos, por mês, uma média de oito bebês prematuros em estado grave. Desse total, dois morrem.

Assistência
Com o objetivo de oferecer uma melhor assistência aos bebês prematuros extremos, com infecção neonatal grave, a Secretaria de Saúde de Iguatu tenta, há pelo menos quatro anos, implantar no HRI uma UTI neonatal para atender a demanda crescente do Centro-Sul. "A nossa expectativa é que a UTI seja instalada até o fim deste ano, pois já assinamos convênio com o Ministério da Saúde", disse.

Iguatu é um dos municípios do Norte e Nordeste que devem ser contemplados com a instalação de UTI neonatal. Os equipamentos serão adquiridos pelo Ministério da Saúde e há contrapartida do Estado. O município fará a adequação da estrutura física do HRI. O credenciamento prevê a implantação de uma UTI com oferta de dez leitos e 30 de cuidados intermediários, isto é, de médio risco, ampliando a oferta do berçário. O berçário de médio risco do HRI foi criado em 2006 e atende uma média mensal de 16 bebês de Iguatu e outros municípios da região. A permanência é, em média, de 2 dias. Há períodos em que a demanda é maior

(Diário do Nordeste-Honório Barbosa)

Luiz Vasconcelos

O redator do blog tem formação acadêmica pela Universidade Estadual do Ceará na área de Pedagogia, no entanto, tem grande predileção pelo jornalismo.

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