Juazeiro do Norte: romeiros reclamam da exploração em ranchos e pousadas

Os romeiros do Padre Cícero se sentem explorados na terra da Mãe das Dores. Essa é uma reclamação geral, desde os preços praticados em ranchos e pousadas da cidade às lojas dos santeiros. O dinheiro contado, economizado durante o ano todo, praticamente não está sendo suficiente para pagar a estadia e o transporte dos romeiros que se deslocam dos seus Estados para participarem da Festa de Nossa Senhora das Dores.

Os preços são cobrados de forma indiscriminada e, muitas vezes, hospedam o romeiro em locais insalubres. São pequenos cubículos para um número excessivo de pessoas, com banheiros coletivos e sem higiene adequada. A falta de água, que neste período mais quente do ano e pela superlotação de pessoas na cidade, piora ainda mais a situação.

O aposentado Geraldo José da Silva, diz que o preço dos ranchos, além de ser cobrado de forma inadequada, é muito ruim, sem a menor qualidade. Ele veio de Caruaru com mais 30 pessoas, que ocupam três espaços de uma mesma casa. O local já fica um pouco mais afastado do Centro, no bairro Socorro. Ano passado chegou a pagar R$ 20,00 e este ano R$ 30,00. “O nosso dinheiro é limitado e chegamos a pagar um preço alto pela viagem. Temos que pagar alimentação”, diz ele, ao afirmar que não se oferece nada nos ranchos. Todo o grupo chegou a pagar R$ 900. “Até falta água. Toda essa exploração espanta um pouco a gente. Às vezes, nem dá para cumprir com o que se quer”, explica.

Condições precárias
A dona de casa Maria José do Carmo veio de Jaboatão dos Guararapes (PE). Ele reclama da falta de condições dos ranchos para receber as pessoas. “Esse pessoal só quer mesmo ganhar dinheiro. Pega a gente e joga lá e não oferece praticamente nada pelo que a gente paga”, enfatiza. Um fogão e uma geladeira são oferecidos aos hóspedes. “O poder público deveria ver melhor isso. As pessoas exploram muito a gente e a aproveitam o período que a cidade está cheia”, constata. Já o seu marido, o operador Manoel dos Prazeres de Oliveira, afirma que está gastando em torno de R$ 500,00 na viagem, com despesas de transporte, hospedagem e alimentação. As lembrancinhas, nem pensar. “Até os santeiros não poupam os romeiros”, diz ele. Para o operador, a cidade não pode ficar com esta referência de exploração das pessoas, porque o romeiro é pobre e vem ao Juazeiro pela fé.

Os festejos em louvor à Mãe das Dores, por toda a cidade, se intensificaram desde o feriado de 7 de Setembro, e se encerrará hoje (15) com a grande procissão, no fim da tarde. Antes, ao meio-dia, tem a despedida do romeiro, em celebração na Basílica.

Fonte: Crato.org

Luiz Vasconcelos

O redator do blog tem formação acadêmica pela Universidade Estadual do Ceará na área de Pedagogia, no entanto, tem grande predileção pelo jornalismo.

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