Polícia investiga quem são os responsáveis pela morte de Mainha

Um rateio para a morte. Esta é a linha de investigação que a Polícia Civil segue com o objetivo de desvendar o mistério que domina a morte do homem tido até hoje como o maior pistoleiro de aluguel da história do Ceará e do Nordeste, Idelfonso Maia Cunha, o Mainha.

Na tarde do dia 4 de janeiro último, ele foi executado, com nove tiros de pistola, quando transitava pelas ruas do bairro Novo Maranguape montado em um burro. Desde então, o caso está sendo apurado pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) com o apoio de setores de Inteligência.

Na semana passada, o Diário do Nordeste teve acesso exclusivo às mais recentes informações da investigação que aponta o nome de, pelo menos, três pessoas como suspeitas de ligação com o crime. Suas identidades no entanto, serão preservadas nesta reportagem, já que os acusados ainda não foram denunciados pelo Ministério Público.

Uma delas é um policial militar já autor de vários crimes e temido na região do Vale do Jaguaribe. Outra, é filha de um político da mesma região, assassinado em dezembro de 2009 em sua fazenda. O terceiro implicado seria o homem que executou Mainha. Preço do crime: R$ 45 mil.

A morte de Mainha, segundo apurou a Reportagem, ´interessava´ a várias pessoas, principalmente aos acusados de terem matado um fazendeiro e ex-prefeito de um Município da região jaguaribana. Também estava interessado na morte do acusado o PM que é acusado de ter fuzilado dois irmãos na cidade de Jaguaretama (um deles, ex-vereador daquela Município).

Morte
"Os interesses convergiram e as pessoas decidiram, então, juntar o dinheiro para pagar o pistoleiro que daria cabo à vida de Mainha. Foi exatamente isto que aconteceu", contou uma fonte da Segurança Pública.

Mesmo tendo passado quase 20 anos preso, acusado de várias mortes por ´encomenda´ ou vingança, no Ceará e Rio Grande do Norte, Mainha estava em liberdade quando foi assassinado há cinco meses.

Ele sabia que estava sendo procurado por criminosos da mesma região onde um dia reinou como o bandido mais temido e cruel com suas vítimas. Chegou até a ir á Polícia e registrou, pelo menos, cinco Boletins de Ocorrência (B.O.), alegando estar sendo seguido por estranhos, armados, que ocupavam um carro preto.

E foi este ´carro preto´ o utilizado pelo pistoleiro para fugir depois de assassinar Mainha. Um dia depois do crime, o automóvel foi encontrado incendiado no Município de Caucaia. Mesmo assim, a Polícia conseguiu identificá-lo e chegou ao proprietário. Trata-se de uma mulher que já foi ouvida em depoimento e negou envolvimento no homicídio.

Testemunhou
Preso em 1988, depois de quase duas décadas sendo caçado pela Polícia, Mainha passou uma longa temporada recolhido no Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS), onde cumpriu, pelo menos, três condenações.

Desde o ano passado, passou a morar em Maranguape e ali teria feito inimizades. Mas, sua ligação com a região do Vale do Jaguaribe nunca deixou de existir. Conforme as investigações, ele teria testemunhado a execução de dois homens (irmãos) em Jaguaretama, cujo crime é atribuído a um sargento da PM.

Posteriormente, o pistoleiro teria ficado revoltado com o brutal assassinato do fazendeiro e ex-prefeito do Município de Pereiro (330Km de Fortaleza), Mardônio Diógenes, crime ocorrido na fazenda da vítima, na manhã do dia 31 de dezembro de 2009. Mardônio foi executado com vários tiros dentro de sua caminhoneta importada.

Nas investigações da Polícia, surgiram os nomes dos prováveis assassinos. A morte do ex-prefeito teria sido motivada por razões econômicas. Ele teria vendido uma de suas propriedade no Município de Ererê pela quantia de R$ 2,8 milhões. Indignado, Mainha teria feito ameaças aos suspeitos de matar o ex-prefeito e, em troca, também foi ameaçado.

Desde então, o plano para eliminar o pistoleiro passou a ser engendrado. Com a sua morte, a Polícia levantou diversas hipóteses que apontassem o caminho para a identificação dos criminosos e a motivação do assassinato em Maranguape.

Motivos
Hipóteses de vingança, cobrança de dívida, concorrência em negócios recentes do pistoleiro, queima de arquivo e até ligação com tráfico de drogas chegaram a ser cogitadas pela Polícia nos primeiros dias de investigação sobre o crime.

"Ele era um homem admirado por uns e odiado por outros. Muita gente tinha interesse em eliminá-lo. Tanto pelo seu passado de crimes como pelas desavenças e inimigos que angariou depois que saiu da prisão. A investigação tinha muitas linhas a seguir", contou um policial no dia do assassinato.

Com a identificação dos suspeitos e a descoberta do ´consórcio´ para o crime, a morte do pistoleiro Mainha poderá ser esclarecida em breve.

Fonte: Diário do Nordeste

Luiz Vasconcelos

O redator do blog tem formação acadêmica pela Universidade Estadual do Ceará na área de Pedagogia, no entanto, tem grande predileção pelo jornalismo.

1 Comentários

  1. O CARA MATOU MAIS DE 100,SEGUNDO REPORTAGEM.ESTAVA SOLTO;E A JUSTIÇA ONDE ANDA?ESSES QUE O MATARAM,COM C ERTEZA BANDIDOS TAMBEM,MERECEM É UM PREMIO....A POLICIA PODIA MUITO BEM, FAZER VISTA GROSSA E DEIXAR PRA LÁ,ESSA INVESTIGAÇÃO.POLICIAL DE BEM, SE VÊ HOJE, ALIVIADO.

    ResponderExcluir
Postagem Anterior Próxima Postagem