Morte de professora leva medo a mulheres dos Inhamuns

O desaparecimento seguido da morte da professora Antônia Roseane Alexandrino Mota, de 26 anos, assustou a população de Tauá, no Sertão dos Inhamuns. Além do caso da professora, cuja ossada foi encontrada no Piauí, outros dois casos de desaparecimento – um deles solucionado – estão sendo investigados pela Polícia Civil do município.

Foto: Blog do Edy

A empregada doméstica Maria Cleide de Oliveira, de Tauá, conta que ficou apavorada com o crime e diz temer ir de uma cidade a outra. “As mulheres estão assombradas e temem até conversar com outras pessoas, principalmente com estranhos”.

Por conta da morte da professora, o sumiço de uma jovem na cidade vizinha Quiterianópolis também deixou mais temerosa a família da desaparecida. “Estamos sem saber o que fazer. O mais lamentável é que falta segurança”, atesta a dona de casa Lídia Rodrigues, 24, irmã da jovem desaparecida. A aflição, porém, durou até a última quinta-feira, quando, de acordo com a Polícia Civil, a jovem foi encontrada na cidade vizinha, Novo Oriente.

O titular da delegacia regional de Tauá, Osmar Berto, informa que há uma investigação aberta de outro desaparecimento na cidade, mas ele descarta a ligação desse sumiço com o caso da professora morta. “Em 90% dos casos (de desaparecimento de mulheres), o que ocorre são fugas com namorados. Depois de um tempo a pessoa dá notícia”, avalia Osmar.

Segundo ele, em casos de adolescentes, a Polícia atua em parceria com o conselho tutelar. Ainda de acordo com o delegado, o caso da professora morta é atípico e são raros os casos, como o dela, em que a vítima passa mais de um mês desaparecida.

Investigações continuam

Depois de passar pelo Instituto Médico Legal (IML) de Teresina, as ossadas de Roseane Mota foram enterradas em Tauá ontem. O marido dela, Ismael Costa, está preso na cidade, acusado pelo crime.

Segundo o delegado, outras pessoas estão sendo investigadas pelo crime. “Tanto o marido quanto o outro suspeito negam. Mas as investigações vão ser encaminhadas para provar a participação no crime”, diz. 

(O POVO)