Temendo um possível "abalo sísmico" na estrutura do seu atual governo, a presidente Dilma Rousseff procurou o ex-presidente Lula, nesta sexta-feira (13), e pediu que o mesmo tivesse cautela ao incentivar a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do Cachoeira - que investigará laços de políticos e agentes privados com o contraventor Carlos Augusto Ramos, acusado de comandar uma rede de jogos ilegais.
Dilma teme que as investigações respinguem em seu governo. A visão da presidente é compartilhada por alguns petistas mais comedidos, que temem a utilização da CPI como palco de vingança política. "O alcance dessa CPI é inimaginável. Só a empresa Delta Construções [que aparece nas gravações telefônicas feita pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, e recebeu R$ 4,13 bilhões do governo federal por obras do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC] está presente em quase todo o País, principalmente na construção e reforma de estradas. Eu já fiz vários alertas sobre isso. Estão brincando com fogo", disse o senador Delcídio Amaral (PT-MS), relator da CPI dos Correios, que apurou o escândalo do Mensalão.
Essa ideia foi reforçada depois da volta de Dilma dos Estados Unidos. Recados do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), que chegaram à presidente classificam a CPI como "de alto potencial destrutivo".
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