O “escândalo dos banheiros”, que já resultou no afastamento do Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Teodorico Menezes, e com a prisão e afastamento do cargo do prefeito de Ipú, Sávio Pontes, deve fazer novas vítimas na medida em que as investigações forem sendo concluídas.
Ao todo são 71 convênios sob investigação, envolvendo prefeituras e associações de 54 municípios cearenses, que receberam dinheiro da Secretaria das Cidades para a construção de kits sanitários. O resultado das investigações já resultou em tomada de contas especiais nos seguintes municípios: Cascavel, Chorozinho, Pacajus, Horizonte (dois processos), Cariús, Pindoretama, Quixadá, Itaitinga e Solonópole.
Outros municípios investigados
Outros municípios investigados
Vários outros processos estão sob investigação. Em Iguatu, o convênio de nº 172/CIDADES/2010, no valor de R$ 100 mil, assinado entre a secretaria das Cidades e a Federação de Entidades Comunitárias de Iguatu para construção de 50 kits sanitários nas localidades de Açude do Governo, Angelim, Asceno, Carnaúbas e Alencar sede, foi alvo de investigação do Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado (TCE). O convênio foi investigado pela promotoria de Iguatu, por meio do promotor Leidomar Nunes Pereira, que pouco tempo depois foi transferido para o município de Cedro. Segundo informações, o caso se encontra nas mãos do promotor eleitoral, Francisco das Chagas da Silva, a espera de um veredicto.
Entenda
O convênio para a construção de banheiros foi assinado em 2010, antes das eleições. Segundo informações dos moradores da localidade, na época, o Sr. Vicente Reinaldo, como presidente da Federação das Associações Comunitárias e ligado politicamente ao grupo do ex-deputado Marcelo Sobreira, esteve nas localidades cadastrando as pessoas para receberem o benefício. Veja reportagem feita à época.
Após quase um ano sem que os benefícios tivessem chegado às suas residências, os moradores resolveram denunciar o caso à imprensa local, que após visitas aos locais, pode constatar o fato. As irregularidades repercutiram em todo o interior do Estado e ganhou volume após o estouro do escândalo em outros municípios, entre eles o município de Ipu, onde o Ministério Público pediu a prisão e o afastamento do prefeito Sávio Pontes, por envolvimento no desvio de R$ 3,2 milhões que seriam utilizados na construção de kits sanitários.