Até onde vai a maldade humana? No sítio Bom Jardim, uma comunidade rural situada no distrito de Dom Maurício, em Quixadá, um morador teve a sua cisterna de placa contaminada com óleo queimado. Cerca de 16 mil litros de água potável, captadas nas chuvas do início do ano, foram perdidas. Não servem mais para beber e nem cozinhar.
O proprietário da cisterna, o agricultor José Airton, revoltado com a sabotagem, compareceu à Delegacia Regional de Polícia Civil de Quixadá, e registrou a ocorrência.
O agricultor desconfia dos prováveis responsáveis. Ele atribue a sabotagem a uma desavença com vizinhos. Preocupado com o agravamento da seca na sua região, ele resolveu poupar água, e acabou sendo criticado por um casal, por sonegar água. Dias depois, teve a desagradável surpresa. "Eu havia tirado apenas um palmo de água. Quando começaram a falar na pior seca dos últimos 30 anos, resolvi fechar a tampa da cisterna.Eu não imaginava que a maldade humana chegasse a tanto. Todo sertanejo sabe que, quando a seca aperta, a água acaba se transformando no bem mais precioso", desabafou.
Na comunidade de Sítio Bom Jardim moram 16 famílias. Apenas duas delas não possuem reservatórios construídos pelo Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC). Segundo José Airton, preferiram não participar dos mutirões. Abriram mão do benefício.
O delegado regional da Polícia Civil, George Monteiro, está apurando o caso. Na avaliação dele, o ato configura crime de dano em propriedade particular. Praticado de forma dolosa, quando há intenção, a pena pode chegar a três anos. Também pode configurar crime ambiental, onde a pena pode chegar a quatro anos de reclusão. Ele e sua equipe estão à procura do casal suspeito da prática da contaminação. Eles foram embora da comunidade antes do dano ser constatado. Monteiro também aguarda o resultado da perícia técnica.
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