O desconto dado pela presidente Dilma Rousseff na conta de luz durou pouco mais de um ano. Depois dos últimos reajustes concedidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o benefício praticamente desapareceu da tarifa de algumas distribuidoras. Das 17 concessionárias que tiveram reajuste até abril, apenas três mantiveram a redução na tarifa do ano passado para cá, segundo dados da Aneel. Consumidores do Nordeste e de Minas Gerais foram os que mais sentiram os reajustes.
Na Coelce, que atende o Estado do Ceará, 93% do desconto concedido por meio da MP 579 já foi corroído pelos reajustes. Em 2012, antes da redução, a tarifa era de R$ 363,81 o megawatt/hora (MWh). Hoje está em R$ 359,22 o MWh.
Situação semelhante vivem os consumidores das distribuidoras Energisa Sergipe e Celpe, de Pernambuco, cujos benefícios já foram reduzidos em 86% e 84%, respectivamente. Na Cemig, em Minas Gerais, faltam R$ 7,81 para a tarifa atual voltar ao patamar de 2012, antes da MP 579, quando estava em R$ 404.23 o MWh.
Na opinião do consultor Abel Holtz, o pior virá a partir de 2015, quando o dinheiro emprestado às distribuidoras por meio da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e de um pool de bancos, começará a ser repassado aos consumidores. "Boa parte dos efeitos dos problemas atuais ainda não está contemplada nas tarifas de energia", afirma Holtz. O governo argumenta, porém, que a partir de 2015 cerca de 5 mil MW de energia serão devolvidos para o Estado, o que terá efeito redutor nas tarifas do consumidor.
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