Brasília - O líder do PSDB na Câmara, deputado Duarte Nogueira (SP), começou hoje (20) a recolher assinaturas para tentar criar uma comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) a fim de investigar as denúncias sobre a evolução patrimonial do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. O patrimônio dele cresceu 20 vezes nos quatro anos em que foi deputado federal.
São necessárias 171 assinaturas, no mínimo, na Câmara e 27, no Senado. A ideia, segundo assessores da liderança tucana, é alcançar a quantidade necessária de nomes antes da próxima terça-feira (24) para evitar que o assunto perca força no Congresso, devido à votação do novo Código Florestal – assunto considerado polêmico entre parlamentares e governo.
De acordo com reportagem do jornal Folha de S.Paulo, semanas antes de assumir a chefia da Casa Civil, Palocci comprou um apartamento em São Paulo por R$ 6,6 milhões. Um ano antes, ele havia adquirido um escritório na cidade por R$ 882 mil. Com os novos bens, o patrimônio do ministro teria sido multiplicado em 20 vezes em quatro anos. Ainda segundo a Folha, os dois imóveis foram comprados pela empresa Projeto Administração de Imóveis, da qual Palocci é dono.
Ontem, lideranças dos principais partidos da oposição no Congresso apresentaram novas representações contra Palocci. O líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno, apresentou, pela segunda vez, à Procuradoria Geral da República (PGR) o pedido de investigação contra o ministro. Segundo o PPS, o documento traz fato novo que demonstra a existência de indícios materiais de irregularidades em poder da Polícia Federal.
Já o líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA), solicitou investigação em cinco comissões da Casa, que terão poderes para checar informações, requerer dados e convidar pessoas, mas não podem solicitar quebra de sigilo nem convocar testemunhas. Das cinco comissões, duas são presididas por parlamentares do DEM: a de Segurança Pública e a de Agricultura.
O conteúdo da primeira representação apresentada por Bueno foi julgado insuficiente pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para solicitar explicações de Palocci. "Dei uma olhada na primeira apresentada pelo PPS e, aparentemente, não traz elementos que possam indicar um possível crime. Se a segunda, assinada por senadores da oposição, também não trouxer, seria o caso de pedir informações".
Na representação apresentada na quinta-feira, o partido incluiu o caso do relatório enviado pelo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) à Polícia Federal (PF), que aponta que a empresa de Palocci fez uma operação financeira suspeita na compra de um imóvel de outra empresa, que estava sob investigação policial.
Com Portal Terra
Tags
POLITICA