Para o prefeito de Iguatu, a quarta-feira de cinzas chegou bem antes do carnaval. A Igreja Católica trata essa data como um dia para lembrar a fragilidade da vida humana, sujeita à morte.
O prefeito Ednaldo Lavor, apesar de umas poucas olheiras que já lhe aparentam na face, parece estar em boa forma física. Mas, em relação à saúde do seu governo, ela passou a inspirar cuidados desde que ele teve a ousadia de decretar um estado de emergência num município que, até o dia 31 de dezembro pagava o salário dos servidores em dia.
Pois bem. Nem nasceu direito, e o governo Ednaldo Lavor já começa a morrer, devagarinho. É certo que, diante de tamanha decepção, é muito provável que cada iguatuense que confiou o voto esteja com um pedaço da mortalha para vestir um governo, que tem deixado como primeira impressão, o descaso com o servidor público municipal.
Na verdade, são muitos fatores a serem ponderados. Como explicar, então, que para atender a uma estratégia de marqueteiro, justamente no dia de aniversário do município, se interdite um lixão, para em seguida criar outro, sem o devido processo de estudos de impacto ambiental e ou licenciamento?

São fatos, no mínimo curiosos. Mas ainda tem mais.
Como explicar que um governante, bem antes de ascender ao poder, defendia de forma sistemática e oclusiva a valorização do servidor público municipal e, de uma hora para a outra, pratica o inverso, deixando de pagar o funcionalismo na sua devida data base; suspendendo o pagamento do incentivo dos funcionários da Atenção Básica (PMAQ); imputando funções alheias à categoria de Agentes Comunitários de Saúde, ameaçando-lhes até o corte nos vencimentos, sem falar na suposta prática de perseguição política, denunciada, inclusive, pelo Ministério Público de Iguatu?
Pois bem, parece que a quarta-feira de cinzas chegou antes do carnaval. E para um governo que mal nasceu, amparado na expectativa de 30 mil eleitores, jamais se poderia esperar que pudesse começar a morrer de forma tão precoce. Mas na política, quem semeia ventos colhe tempestades.
A quarta-feira de cinzas vem aí.
Por: Luiz Vasconcelos
Jornalista: MTB 0003715/CE
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